A Vida Não é Uma Corrida
Caro leitor,
Desde cedo nos ensinam a correr. Corremos para aprender a andar, para falar as primeiras palavras, para tirar boas notas, para entrar na faculdade, conseguir um bom emprego, construir uma vida "de sucesso". Tudo sempre com pressa, como se houvesse um cronômetro invisível nos empurrando para frente. E nessa corrida contra o tempo, cometemos um erro fatal: começamos a medir nosso progresso não pelo que realmente importa, mas pelo que os outros estão fazendo.
Comparamos nossos bastidores ao palco alheio.
E isso, mais do que qualquer outra coisa, nos destrói por dentro.
O Espelho Deformado das Redes Sociais
Vivemos em uma era onde o sucesso precisa ser visto para ser validado. Mas o que enxergamos é apenas um recorte cuidadosamente editado. As redes sociais não mostram os fracassos, as dúvidas, os momentos de fraqueza. Você nunca verá o influencer que exibe uma vida perfeita chorando às 2h da manhã, o empreendedor de sucesso tendo que lidar com uma dívida impagável, ou o atleta de alto rendimento duvidando da própria capacidade.
E, sem perceber, começamos a comparar nossa jornada crua e real com a versão polida e editada da vida dos outros.
Eis o que você precisa entender: essa comparação não é apenas injusta. Ela é destrutiva.
Ela nos faz sentir sempre um passo atrás, como se estivéssemos falhando. Mas falhando em relação a quê? A um ideal inatingível? A uma narrativa que só existe na superfície? A verdade é que essa busca por validação externa nos impede de viver a vida no nosso próprio ritmo.
O Tempo Certo Para Cada Um
A pressão para "chegar lá" rapidamente nos faz esquecer que muitas das maiores mentes da história só encontraram seu verdadeiro propósito mais tarde na vida.
Roberto Gómez Bolaños, criador do icônico Chaves, só alcançou o sucesso com o personagem aos 41 anos. Antes disso, ele teve uma carreira discreta como roteirista, sem grandes destaques.
Henry Ford fundou a Ford Motor Company aos 40 anos, após fracassar em outros negócios. Foi só aos 45 que ele revolucionou a indústria automotiva com a produção em massa.
Ray Kroc, o homem que transformou o McDonald's no império que conhecemos hoje, só entrou no negócio aos 52 anos. Até então, ele era um simples vendedor de máquinas de milk shake.
Colonel Sanders, fundador do KFC, só criou a famosa receita de frango frito depois dos 60 anos. Antes disso, teve dezenas de empregos fracassados e chegou a viver à beira da falência.
Stan Lee, criador de grande parte dos super-herois da Marvel, só lançou seu primeiro grande sucesso, O Quarteto Fantástico, aos 39 anos. O Homem-Aranha veio depois disso, já nos seus 40 e poucos anos.
Agora me diga: essas pessoas estavam "atrasadas"? Ou estavam apenas no tempo certo da jornada delas?
O Preço da Pressa
A comparação cria uma ilusão de urgência. Nos faz acreditar que estamos atrasados, que deveríamos estar mais longe, que qualquer pausa é um erro. Mas o que acontece quando se corre sem parar? Você perde o fôlego. Você esgota seus recursos. E, no final, a única coisa que sobra é um vazio gigantesco.
Não existe um único caminho para o sucesso. Não há um prazo definitivo para conquistar aquilo que você deseja. E, principalmente, não existe um relógio correndo contra você. O jogo não é sobre chegar mais rápido, é sobre chegar inteiro.
Se você precisa de um sinal para parar de se comparar e focar na sua própria jornada, aqui está.
A vida não é uma corrida. Saia do ritmo acelerado que os outros impõem. Encontre o seu próprio tempo.
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Nos vemos na próxima carta.
Pedro Cooke.
Em meio a uma pausa de estudos esse texto veio na hora certa, obrigado por compartilhar! A pressão de chegar lá muitas vezes nos esmagam, sem perceber o tanto que já caminhamos, cada passo por mais pequeno que seja, é um passo a mais para um versão melhor sua.
A única pessoa a quem eu devo me comparar, é o meu EU MESMO de ontem. Sem validação externa. E nessa jornada de auto aperfeiçoamento, preciso me apaixonar pelo processo de buscar a minha melhor versão.